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Arrecadação de direitos autoraisdispara 28% e tem recorde histórico

A arrecadação mundial de direitos autorais de execução pública musical totalizou € 10,83 bilhões (mais de R$ 57 bilhões) em 2022. São 28% mais que em 2021 e maior valor de todos os tempos, o que oficializa a recuperação total pós-pandemia e coloca a indústria musical em sua melhor situação em muitos anos. A América Latina, com alta de 64,9%, foi a região que mais cresceu. Os números foram divulgados no final de outubro, em Paris, pela Cisac, a Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores, à qual a UBC é filiada.

Também representante de outros repertórios, como audiovisual, dramático, literatura e artes visuais, a Cisac totalizou uma arrecadação de € 12,1 bilhões (R$ 64 bilhões), com alta total de 26,7% em relação a 2021 — e quase 20% mais do que os valores pré-pandêmicos.

Graças ao contínuo crescimento do streaming e das assinaturas premium, as receitas vinculadas ao digital chegaram a € 4,2 bilhões (R$ 22,2 bilhões), superando pela primeira vez a radiodifusão (TV e rádio).

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Mercado global supera os US$ 40 bipela primeira vez, diz estudo

O economista britânico Will Page, um reconhecido especialista na indústria musical, publicou em novembro a nova edição do seu estudo anual sobre o tamanho do mercado global, que traz um marco inédito: em 2022, pela primeira vez na história, os valores gerados por gravações, gestão coletiva e negócios de edição superaram US$ 40 bilhões. Com crescimento de 14% desde 2021, o valor exato foi de US$ 41,5 bilhões, sedimentando a recuperação total pós-pandemia.

Analisando-se cada um dos segmentos que compõem a conta de Page, os crescimentos foram generalizados, mas foi a gestão coletiva — aquela realizada por centenas de sociedades de autores em todo o mundo, como a UBC — quem apresentou o melhor desempenho.

Um dos muitos gráficos que compõem o farto material produzido pelo estudo mostra que o crescimento percentual mais robusto foi o das organizações de gestão coletiva (CMOs, na sigla em inglês), que, segundo dados da Cisac, geraram US$ 11,4 bilhões em 2022.Selos (com US$ 26 bilhões gerados, segundo a IFPI) e licenças diretas de editoras (US$ 4,1 bilhões) também contribuíram para o resultado espetacular.

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Lei que garante conexos no streaming faz Spotify deixar o Uruguai

O Spotify deixará o Uruguai no começo de 2024. A razão foi a aprovação recente de duas mudanças legislativas que instituem o pagamento de direitos conexos (aqueles devidos a músicos e intérpretes) e preveem que os valores sejam “equitativos”. Quando as mudanças entrarem em vigor (ainda não foram sancionadas pelo presidente Luis Lacalle Pou), tornarão o Uruguai o primeiro país do mundo a ter o pagamento de conexos no streaming sistematizado em sua lei de direitos autorais.

A maior plataforma de streaming do planeta não gostou e alegou que teria que "pagar duas vezes" aos titulares uruguaios, algo que senadores e partes interessadas daquele país negam. Em nota, o gigante sueco disse:

“O Spotify já paga cerca de 70% de cada dólar que gera de música para as gravadoras e editoras, que são as donas dos direitos da música e pagam aos artistas e compositores. Qualquer pagamento adicional torna nosso negócio insustentável. Temos orgulho de sermos os maiores geradores de receitas da música, tendo contribuído com mais de 40 bilhões de pesos uruguaios. Graças ao streaming, a indústria da música no Uruguai cresceu 20% só em 2022”, afirmou a empresa, que acusou as mudanças na legislação de obrigá-la a “pagar duas vezes pela mesma música”, o que “lamentavelmente não nos deixa outra opção além de deixar de estar disponíveis no Uruguai.”

Música dos Beatles criadaparcialmente por IA é lançada.O que isso significa?

Há sete anos, o site da UBC falou pela primeira vez de uma canção criada por inteligência artificial. Era a duvidosa “Daddy’s Car”, lançada pela Sony, que dizia na época ter feito uma varredura de sons dos Beatles e, então, utilizado algoritmos para montar algo “inspirado” na maior banda de todos os tempos.

Agora, os próprios “Beatles” lançam uma música sua, senão inteiramente criada, certamente muito trabalhada através de I.A. Escrita originalmente há meio século e registrada unicamente em gravações vocais de Lennon de baixa qualidade, “Now and Then” nunca foi finalizada. Nos anos 90, quando uma demo com esta e outras faixas foi retrabalhada em estúdio (e duas canções póstumas da banda, “Free as a Bird” e “Real Love”, viram a luz), “Now and Then” seguiu abandonada, justamente pela impossibilidade técnica de extrair algo aproveitável daqueles registros de Lennon.

Até que vieram a inteligência artificial e seus algoritmos capazes de varrer cada nota, cada sílaba, cada entonação do astro a partir de outras regravações, montando com sua "voz", em alta definição, a letra esquecida. No último dia 2 de novembro, o mundo pôde conhecer uma inédita da banda décadas depois de sua extinção — com dois de seus quatro membros mais míticos já mortos. (E os dois que estão vivos, Paul McCartney e Ringo Starr, participaram de gravações novas para o lançamento).

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