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Laura Pausini recebe o prêmio Pessoa do Ano das mãos de Karol G: sororidade

No Grammy Latino,

a vitória é

das mulheres

Artistas premiadas e participantes contribuem para uma transformação estrutural do mercado

por_Tulipa Ruiz de_São Paulo

Artistas premiadas e participantes contribuem para uma transformação estrutural do mercado

por_Tulipa Ruiz de_São Paulo

Não posso escrever sobre o Grammy sem antes esmiuçar sua história. Assim como o Oscar, o Grammy Awards é uma premiação criada nos Estados Unidos com o intuito de reconhecer e celebrar as habilidades extraordinárias dos profissionais do mundo das artes, neste caso, da música. A palavra grammy vem de gramofone, um tipo de toca-discos que acabou virando o símbolo do prêmio. Todo mundo deseja levar para casa o clássico troféu em forma de vitrola, pois o evento tornou-se a maior chancela concedida pela indústria fonográfica. O surgimento do Grammy Latino se deu porque o universo da música latina foi considerado grande demais para caber no Grammy Awards. A asfixia é parecida com a categoria de Melhor Filme Estrangeiro do Oscar, que não dá conta da produção cinematográfica do mundo inteiro.

A Academia Latina de Gravação estabelece que música latina são as canções gravadas em espanhol ou português de qualquer lugar do mundo que tenham sido lançadas na Ibero-América (países ou territórios onde estes idiomas são predominantes). Outros idiomas, dialetos e expressões idiomáticas reconhecidos pelos ibero-americanos também são considerados pela Academia e têm categorias específicas na premiação. Ou seja, não é necessário ser ibero-americana para ganhar um Grammy Latino, vide o caso da italiana Laura Pausini, que foi homenageada nesta edição de 2023 com a chancela Personalidade do Ano, menção honrosa concedida anualmente aos artistas por suas trajetórias e êxitos na indústria latina. Pausini tem vários hits em espanhol e uma carreira consolidada no mercado ibero-americano. Vitória das minas.

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Reprodução/Grammy Latino

Xênia França segura o troféu de melhor álbum de pop contemporâneo em português

Apenas duas mulheres haviam recebido a homenagem de Personalidade do Ano em mais de 20 anos de prêmio: Gloria Estefan e Shakira. Importante a Academia reconhecer e prestigiar a produção fonográfica feita por mulheres, e o futuro nos revela que esta honraria também deve ser tabulada a partir de uma perspectiva interseccional, para dar protagonismo ao trabalho das mulheres da América Latina, invisibilizadas pela indústria por conta de um cenário desenhado pelo patriarcado colonial. Quando uma mulher ganha um Grammy, ela contribui para a transformação estrutural do mercado da música.

O GRAMMY LATINO EM SEVILHA

A 24ª edição do Grammy Latino ocorreu pela primeira vez fora dos Estados Unidos e foi sediada pela cidade de Sevilha, na região de Andaluzia, na Espanha, considerada um epicentro da música em castelhano. Antonio Banderas abriu o cerimonial de maneira muito apaixonada:

Andaluzia é um pentagrama em que se pode escrever a canção da sua vida!

Aproveitando o contexto andaluz, destaco que o Grammy Latino 2023 foi protagonizado por mulheres que compõem suas próprias canções e que desempenham um papel crucial na história da música. Além do prêmio Personalidade do Ano, concedido apenas a uma pessoa, existe também o Prêmio à Excelência Musical, que homenageia uma série de intérpretes pelo conjunto de suas obras, e a música brasileira brilhou com o reconhecimento da carreira da habilidosa e extraordinária cantora Simone.

A cerimônia de premiação é dividida em dois momentos que ocorrem em espaços diferentes: a Pré-Gala, onde foram anunciados os vencedores de 46 das 56 categorias do Grammy, e a Gala, onde são anunciados os prêmios de maior projeção para a indústria. A maior parte das indicações brasileiras acontece durante a Pré-Gala, nas categorias específicas dedicadas à língua portuguesa. Na cerimônia de Gala, as categorias gerais são as principais e mais aguardadas. São quatro: Gravação do Ano, Álbum do Ano, Canção do Ano e Artista Revelação. Na 24ª edição do Grammy Latino, as mulheres ocuparam o pódio. A mexicana Natalia Lafourcade levou o prêmio de gravação, as colombianas Karol G e Shakira ganharam, respectivamente, as categorias de álbum e canção, e a venezuelana Joaquina foi a revelação da noite.

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Nino Andrés Bisasizzo
Tulipa Ruiz: "É muito importante quando uma mulher brasileira se destaca no Grammy"
Tulipa Ruiz: "É muito importante quando uma mulher brasileira se destaca no Grammy"

Gostei muito de ver Shakira com três indicações e Natalia Lafourcade brilhando com seu disco que foi gravado na fita, de maneira analógica, assim como o meu disco "Habilidades Extraordinárias". Seu álbum foi produzido pelo músico franco-chileno Adán Jodorowsky (filho do cineasta chileno Alejandro Jodorowsky), que gravou comigo a música "Terrorista del Amor", presente no meu álbum "TU", de 2017.

COMPOSIÇÃO COMO PONTO DE PARTIDA

Natalia Lafourcade levou para casa outros dois Grammys: Melhor Álbum e Melhor Composição de Cantor-Compositor. No Brasil, ainda não incorporamos a palavra "cantautor", um neologismo proveniente das palavras cantor e autor usado para definir quem interpreta o que compõe. Gosto muito desta palavra, cantautora, porque ela revela em sua grafia a sua semântica e sintetiza de forma generosa a união de duas habilidades, a de cantar e a de compor.

O Brasil é um país reconhecido mundialmente por suas intérpretes, mas pouco conhece e celebra suas autoras. É super-recente o destaque de compositoras e compositores nas premiações brasileiras de música e também uma supernovidade na premiação latina a inclusão das categorias Compositor do Ano e Melhor Canção de Cantautor.

No Brasil, também são recentes (e urgentes) as pesquisas que analisam a presença da mulher na indústria musical brasileira. Os estudos comprovam a atual desigualdade na distribuição dos direitos autorais em nosso país, onde a arrecadação é destinada majoritariamente aos homens. Estes balanços são fundamentais para o planejamento e desenvolvimento de políticas públicas que visam à paridade de gênero dentro da cadeia produtiva de nossa música, e eu faço questão de esmiuçar também essas informações porque a transformação estrutural deste cenário é, sobretudo, pedagógica.

Desde a primeira edição, de 2018 (com dados de 2017), o levantamento anual Por Elas Que Fazem a Música, da UBC, vem mostrando dados positivos (e outros nem tanto) sobre a presença feminina na indústria. Se, por um lado, o crescimento no total de filiadas foi de 151% no período, refletindo nossa campanha permanente por uma maior presença delas na cadeia produtiva musical, por outro houve estagnação no percentual feminino sobre o bolo total de distribuição de direitos autorais. Elas se mantêm nos mesmos 10%, o que dá uma dimensão do tamanho do desafio que temos à frente na busca por equidade.

Entre os maiores segmentos de arrecadação, elas ficam acima da média em apenas três: Rádio (16% de participação feminina), Show (15%) e Digital (11%), que inclui streaming. No caso de Show, o crescimento da presença delas foi de 4 pontos percentuais, o que pode ser atribuído não só à forte retomada dos concertos e festivais, mas também à elogiável decisão de muitos eventos de escalar mais mulheres — em alguns casos, com line-ups inteiramente femininos.

ARISTAS BRASILEIRAS REVELADAS

Este ano, a música brasileira pôde contar com a presença de artistas mulheres em muitas categorias e também com grandes vitórias. É muito importante quando uma mulher brasileira se destaca no Grammy. As categorias gerais, por exemplo, são as categorias mais disputadas e monetizadas pela indústria e estão focadas nas gravações em língua espanhola. Quando um brasileiro é indicado na categoria Artista Revelação, que é uma das quatro principais, é estratégico celebrarmos e divulgarmos cada uma dessas indicações no intuito de destacarmos nossas conquistas dentro do mercado fonográfico latino. Estamos furando uma grande bolha quando entramos em uma categoria geral do Grammy. Vocês sabem quantos artistas brasileiros já foram indicados como revelação na categoria geral? E quantas mulheres? Tivemos alguma vitória?

Viu, é por essas e por outras que as informações devem ser tabuladas. Porque o que os olhos não veem o coração não sente. E aí a gente não consegue nem questionar nem celebrar nem, muito menos, transformar. Agora que estou enxergando um pouco melhor todo esse ninho de mafagafo que é a indústria da música, consigo dividir com vocês uma informação que para mim é muito balsâmica: as artistas brasileiras mulheres têm mais indicações na categoria principal de Artista Revelação do que os artistas brasileiros homens.

Em 23 anos, apenas 14 brasileiros foram indicados, desses 14, 12 mulheres. Destaco aqui, por motivo de importância histórica e acúmulo de habilidades extraordinárias, essas doze mulheres: Ivete Sangalo (2000), Bebel Gilberto (2001), Fernanda Porto (2003), Maria Rita (2004), Céu (2006), Roberta Sá (2008), Maria Gadú (2010), Paula Fernandes (2011), Gaby Amarantos (2012), Clarice Falcão (2013), eu (2015) e Natascha Falcão, este ano.

A única brasileira vencedora desta categoria foi Maria Rita.

Pegaram a visão? Os dados revelam o êxito das artistas mulheres nesta categoria tão acirrada ao mesmo tempo que denunciam a falta de espaço para a produção gigantesca de um país com dimensões continentais.

Ainda nas categorias gerais, além de Simone, o Brasil se destacou por conta das habilidades gráficas da ilustradora paulistana Aline Bispo, que foi convidada para ser a artista oficial do 24º Grammy Latino. Celebrada por ter desenhado a capa de um dos livros mais importantes da literatura brasileira contemporânea, "Torto Arado", de Itamar Vieira Junior, Aline criou uma ilustração que exalta a presença da mulher, além de mesclar elementos da natureza e de nossa cultura.

Axé!

A BÊNÇÃO DE MARIA PADILHA NO GRAMMY LATINO

Dois dias antes da cerimônia de premiação, aconteceu a cerimônia de entrega das medalhas dos indicados, seguida de um coquetel. O evento aconteceu no Real Alcázar de Sevilha, um dos palácios mais antigos do mundo, com ascendência árabe e exuberância máxima. Encontrei Vanessa da Mata na fila das entregas, e durante a espera admiramos os leques expostos nas galerias do palácio e os fantásticos padrões das paredes e tetos do lugar. Vanessa comentou que existia algum lugar em Sevilha onde teria vivido Maria Padilha, a pomba-gira que se manifesta nos terreiros de umbanda e candomblé no Brasil.

Eu não fazia ideia que a divindade Maria Padilha, o Exu feminino, tinha vivido encarnada aqui na Terra, ainda mais em Sevilha. Vanessa ainda me contou que a espanhola teria sido amante de Pedro I de Castela. Não sabemos ao certo se a pomba-gira cultuada em nosso país é o espírito da espanhola de Sevilha, mas essas correspondências mexeram com a gente. Saímos da fila para o coquetel, e foi ótimo encontrar os amigos e amigas da música, todo mundo com a medalhona dourada pendurada no pescoço.

Encontrei meu irmão, Gustavo Ruiz (produtor dos meus discos e vencedor do Grammy junto comigo em 2015 e, no ano passado, pela produção do disco da Liniker) conversando em uma roda onde estavam também o produtor Nave, o músico Hodari e a cantautora Xênia França, todos indicados. Eu e Xênia falamos sobre a importância de nossas indicações e brindamos nossos destaques dentro de uma produção nacional enorme e com espaços tão disputados.

BNegão e Pedrinho, do Planet Hemp, chegaram na roda. BNegão também veio nos contar sobre Maria Padilha e estava muito emocionado porque o lugar onde ela havia vivido, citado por Vanessa, era exatamente o lugar onde estávamos, o Real Alcazár de Sevilha. BNegão disse que onde estávamos havia uma fonte subterrânea onde Maria Padilha se banhava e que estava aberta para visitações. Perguntou se gostaríamos de conhecer e disse que poderia nos levar até lá. Fomos em bando.

Ficamos encantados em conhecer a fonte onde Maria Padilha se banhava nos verões sevilhanos, localizada em um acesso subterrâneo do Jardim da Dança, dentro das edificações de Alcázar. A história de Maria Padilha e seus desdobramentos simbólicos, a geometria sagrada do lugar, a arquitetura refletida na água e a fonte cheia de moedas em oferenda à rainha pomba-gira jamais sairão do meu pensamento. Buscamos semelhanças entre o nosso imaginário e o espanhol. O vestuário flamenco, por exemplo, onde as mulheres usam vestidos rodados, leques, xales, batom e rosa vermelha, muito se assemelha ao vestuário das pomba-giras. Tudo bonito demais ali naquele lugar de banho.

Limpeza pura.

Quando fui buscar uma taça de vinho, encontrei Gaby Amarantos de saída. Disse que ela não poderia sair dali sem conhecer a fonte da Maria Padilha. Ela não sabia da história e, emocionada, contou sobre a proteção da pomba-gira em sua vida.

Banhamos nossas medalhas nas águas da rainha.

A QUALIDADE TÉCNICA DA MÚSICA BRASILEIRA

Durante a Pré-Gala, são anunciadas as categorias de língua portuguesa e seus vencedores. A maior parte dos prêmios gerais foi entregue durante esta cerimônia. Já comentei acima que é muito importante para a prospecção da música brasileira quando um artista é indicado em uma categoria geral, pois essas indicações estão mais focadas nas músicas cantadas em espanhol. No entanto, o Brasil tem se sobressaído na categoria técnica de Melhor Álbum de Engenharia de Gravação, uma categoria crucial que pauta toda a indústria em termos de especificidades técnicas das gravações. Os engenheiros de som são grandes estrelas do mercado fonográfico.

No ano passado, Gustavo Ruiz, meu irmão, foi indicado como um dos engenheiros de som nessa categoria pelo disco da Liniker. Quem levou foram os engenheiros de som de Motomami, da Rosalía. Destaco isso para realçar o significativo reconhecimento que o Brasil vem tendo nesta categoria, que é geral. Este ano, dos seis discos indicados em engenharia de som, cinco são brasileiros, com duas mulheres no páreo: a pianista Eliane Elias e a cantautora Vanessa Moreno. O disco premiado foi o da catalã Marina Tuset, mas seus engenheiros de som são brasileiros também, Erico Moreira e Felipe Tichauer.

O paulistano Tichauer é engenheiro de masterização e é um dos nomes mais respeitados e disputados da atualidade; quatro álbuns masterizados por ele foram vencedores na noite, incluindo “Serotonina”, do grande João Donato, álbum vencedor na categoria de MPB.

Para inscrever um disco no Grammy, é necessário ser membro da Academia Latina de Artes e Ciências da Gravação, uma associação de profissionais da música criada para difundir a música latina no mundo. Quando ganhei o prêmio em 2015 (Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa, com meu disco "Dancê"), fui surpreendida com a força de uma indicação. Devo minha vitória ao Felipe Tichauer, que inscreveu meu disco sem ter trabalhado nele, apenas por ter curtido o som.

AGORA QUE ESTOU ENXERGANDO UM POUCO MELHOR TODO ESSE NINHO DE MAFAGAFO QUE É A INDÚSTRIA DA MÚSICA, CONSIGO DIVIDIR COM VOCÊS UMA INFORMAÇÃO QUE PARA MIM É MUITO BALSÂMICA: AS ARTISTAS BRASILEIRAS MULHERES TÊM MAIS INDICAÇÕES NA CATEGORIA PRINCIPAL DE ARTISTA REVELAÇÃO DO QUE OS ARTISTAS BRASILEIROS HOMENS.

Tulipa Ruiz

Na época, não era tão comum os artistas que estavam fora do esquema das grandes gravadoras se inscreverem no Grammy, e a premiação do meu disco movimentou toda a cena independente, que passou a considerar o Grammy em suas estratégias de crescimento. Em 2018, Eric Yoshino, engenheiro de som paulistano, inscreveu o disco da Xênia França (Xênia), indicado também na categoria de Pop Contemporâneo. Yoshino trabalhou no “Dancê” e foi um dos engenheiros de som de “Habilidades Extraordinárias”. Sintonias. Palmas para os profissionais da música que fortalecem os trabalhos das mulheres.

MULHERES NO GRAMMY DA LÍNGUA PORTUGUESA

As mulheres avançaram muitas casas na luta por espaços mais equânimes na indústria da música neste 24º Grammy Latino. Tivemos destaques em lugares importantes e estratégicos, ocupados historicamente por homens, e, sobretudo, vitórias fantásticas que movimentam toda a indústria, que tem a oportunidade de se atualizar e se transformar com as habilidades extraordinárias destas mulheres.

Na edição deste ano, uma nova categoria foi criada: a de Melhor Interpretação Urbana em Língua Portuguesa. Ajustes nas categorias são fundamentais para dar conta da diversidade de nossa música. A categoria na qual fui indicada, por exemplo, a de Melhor Álbum de Rock/Música Alternativa em Língua Portuguesa, é uma categoria que ficou superlotada por ser o único lugar possível para a inscrição de artistas do rap, funk e hip-hop. Com o surgimento de novas categorias, criamos espaços mais democráticos para a prospecção de nossa música e também de nossa gigantesca e extraordinária produção.

A categoria de Rock/Música Alternativa foi criada já na primeira edição do Grammy Latino e é uma categoria onde as mulheres têm pouquíssimo espaço. Em 23 anos, apenas nove mulheres foram indicadas, e só duas venceram até hoje: Cássia Eller e Rita Lee. Este ano, o prêmio não foi para as mulheres, mas tenho total consciência de que minha indicação abre caminhos. Os vencedores foram os amigos do Planet Hemp, que mereceram demais, afinal, são 25 anos de caminhada, e os manos fizeram um discaço.

O Melhor Álbum de Música Sertaneja foi para Marília Mendonça, com "Decretos Reais". É impressionante o legado de Marília na música. A gata transformou a indústria e impulsionou toda uma cadeia de cantautoras e produtoras musicais. A presença da mulher no sertanejo é determinante para o atual êxito do segmento na indústria nacional.

O prêmio de Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa deste ano foi para a Xênia França, com seu classudo disco "Em Nome da Estrela". O título do álbum já profetiza o seu lugar de força e prosperidade. Xênia é um dos nomes mais importantes da música brasileira contemporânea, e este prêmio coroa sua estrela, que é muito maior que qualquer chancela.

A categoria de Melhor Álbum de Música de Raízes foi para Gaby Amarantos, por seu exuberante disco “TecnoShow”. Gaby é uma artista fenomenal e essencial para a cultura brasileira. Sua brilhante carreira inspira uma legião de mulheres. Ela subiu ao palco vestida de Samaúma, a grande árvore da Amazônia que nutre tudo ao seu redor, representando seu estado de nascimento e espírito. Samaúma é o nome da música que abre o meu disco. Mais sintonias.

Um brinde ao trabalho das mulheres afro-indígenas latinas.

Volto para casa feliz, inspirada e no pique de fazer música.

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